No Dia Mundial do Rim, urologista indica cuidados para a saúde renal

Sociedade Brasileira de Nefrologia estima que 850 milhões de pessoas têm doença renal em todo o mundo

Thiago Coutinho

Da redação

O Dia Mundial do Rim é celebrado nesta quinta-feira, 11. Os rins são responsáveis por diversas funções essenciais para o funcionamento do corpo humano.

“Eles têm a função de filtrar nosso sangue retirando as impurezas e substâncias tóxicas, equilibrar a quantidade de sais e água no corpo, produzir hormônios que evitam a anemia e que controlam a saúde dos ossos”. A explicação é do urologista Flávio Iizuka, pesquisador pela Universidade de São Paulo (USP).

De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, no mundo todo são 850 milhões de pessoas afetadas por doença relacionada aos rins. São pelo menos 2,4 milhões de mortes anuais. O países ditos de Terceiro Mundo, com classes socais de menor poder aquisitivo, são os mais afetados.

De acordo com Iizuka, infecções urinárias e pedras nos rins são, respectivamente, as duas doenças que mais acometem as pessoas. “As infecções urinárias certamente são as mais frequentes. Em especial, aquelas que provocam febre e dor nas costas, e que acontecem com frequência. Em segundo lugar, pedras nos rins que se não tratados a tempo, provocam progressiva lesão renal”.

Remédios perigosos aos rins

Certos medicamentos podem ser extremamente nocivos à saúde dos rins. “O uso indiscriminado de certos medicamentos que são tóxicos aos rins como os anti-inflamatórios não hormonais em pessoas idosas acima de 60 anos é outra causa que aumenta muito a fila por transplantes renais. Os pacientes com certas doenças crônicas, como hipertensão arterial e diabetes mellitus não controlados, evoluem para doença renal crônica e insuficiência renal progressiva”, diz Iizuka.

Vítimas da covid-19 também devem ficar atentas aos rins. Segundo o especialista, o vírus causador da pandemia pode ser muito prejudicial à saúde renal. “Atualmente, não podemos esquecer que a covid-19 tem afinidade em atacar os rins de doentes graves, sendo que a maior parte deles, depois de recuperados, segue com doença renal crônica”, lamenta o médico.

Cuidados necessários

Exercícios físicos regulares e hábitos alimentares saudáveis têm interferência direta no funcionamento perfeito e no bom estado dos rins ao longo de uma vida. É importante, por exemplo, ingerir ao menos dois litros de água por dia. 

É bom evitar o consumo excessivo de sal, controlando doenças como pressão alta e diabetes. Da mesma forma, evitar automedicação, especialmente com anti-inflamatórios e certos antibióticos. Exames de check-up também são necessários, orienta o médico. E isso especialmente para pessoas com histórico de doença renal crônica na família ou doenças urológicas.  

Além disso, Iizuka aponta sintomas que podem caracterizar um estágio mais avançado de disfunção renal. “Sangue na urina que se manifesta com urina vermelha ou cor da chá mate e perda de proteínas pela urina que provoca urina com espuma excessiva”, ressalta.

Por fim, o urologista assegura: atividades físicas são essenciais para a longevidade renal. “A alimentação e a atividade física têm relação direta com a saúde renal, pois excesso de sal, obesidade, intoxicação por metais pesados e sedentarismo impactam em alto risco de aparecimento de doença renal crônica”, diz.

Tratamentos recomendados

Dois tratamentos mais severos dos males renais, a diálise e o transplante renal, são recomendados em casos específicos. “São tratamentos recomendados quando os rins já não conseguem dar conta das suas várias funções, como manter equilíbrio de sais e de água no corpo, descontrole da pressão, e filtragem insuficiente do sangue. Isso causa intoxicação por uremia, que provoca vômitos e mal estar generalizado”, relata o urologista.

O ideal é ficar atento à alimentação, evitar o sedentarismo e beber muita água. “Doenças renais são silenciosas e dão sintomas apenas em casos avançados. A busca por especialistas é mandatória ao menor sinal de ganho inexplicável de peso por acúmulo de água, edemas de extremidades e pálpebras, urina espumosa ou sangue na urina”, finaliza Iizuka.

Créditos: Canção Nova