Há três décadas, projeto em BH auxilia menores carentes

Um exemplo de solidariedade para com crianças, adolescentes e jovens em situação de risco social, violência familiar e extrema pobreza. Assim é o trabalho da Associação Projeto Providência, entidade ligada à Arquidiocese de Belo Horizonte e que há 30 anos oferece assistência que já amparou mais de 40 mil menores carentes.

O projeto teve início na década de 1980, com poucas crianças, sob a coordenação do padre Mário Pozzoli, que ano após ano aumentou sua atuação às cercanias da capital mineira. “Este projeto nasceu da necessidade das comunidades e está presente nas comunidades em que as necessidades se fazem mais urgentes”, disse a diretora-geral da Associação, Fernanda Martins.

Atualmente, 1600 crianças, na faixa etária de 2 a 18 anos, são atendidas em tempo integral. Recebem alimentação, educação e praticam esporte. “Aqui, a criança tem oportunidade de se desenvolver”, afirma Fernanda. “Mas temos necessidades de que nos apoiem mais, precisamos de mais parceiros”, reitera a diretora-geral quando questionada acerca dos planos para aumentar este contingente de menores assistidos.

“A Associação Projeto Providência é a presença transformadora da Igreja nas vilas e favelas. Cada criança acolhida na instituição é uma vida que ganha nova oportunidade. Assim, com dedicação, cuidado, planejamento e, sobretudo, amor, contribuímos para que os pequeninos não sejam atraídos para o mundo do crime, das drogas”, afirma o arcebispo de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, sobre a importância da Associação. 

Procura e novo projeto

A demanda para se atender a novas crianças é crescente ― sobretudo diante do atual cenário econômico e social do país. “Sim, isto nos atinge”, lamenta Fernanda. “A questão da crise atinge a comunidade como um todo, conhecemos mães e famílias que passam fome. Famílias que vão às cidades e reviram o lixo em busca de comida”.

Para que situações como a descrita acima diminuam, a Associação Providência fez uma parceria com a Polícia Militar e, juntas, estão em busca de novos parceiros que possam ajudar com mais recursos à entidade. “Este projeto pode contribuir para que neste momento de crise as famílias mais carentes possam enfrentar melhor esta situação”, declarou a diretora-geral.

Outra solução desenvolvida pela Associação foi estender a idade dos menores que são assistidos, que agora será dos 15 aos 21 anos. O projeto se chama “Meus 15 anos”. Além disto, a entidade está apostando num plano de empreendedorismo, a fim de ajudar os adolescentes a encontrar o primeiro emprego. “Este é dedicado àqueles jovens que precisam de uma atenção maior”, garante Fernanda. Até o momento, o curso de empreendedorismo oferece duas modalidades de estudo: elétrica e fotografia.

O trabalho da Associação, como lembra Dom Walmor, oferece uma nova perspectiva aos mais necessitados ― as vítimas recorrentes e que mais necessitam de assistência. “Lamentavelmente, os mais pobres, que sofrem com as mais diferentes formas de exclusão, frequentemente não têm a chance de desenvolver seus talentos e capacidades. E a Associação Projeto Providência abre uma perspectiva diferente para as famílias que lutam contra a pobreza”, reitera.

Estrutura familiar

Após três décadas atendendo às crianças mais carentes e necessitadas, Fernanda afirma que a instituição família é imprescindível para que o jovem cresça de maneira adequada e não se perca no caminho até a vida adulta. “A partir do momento que fortalecemos este vínculo com a família, isto a torna mais forte e capaz. É importante olhar não só para a criança, mas para todo o seu entorno”.

“A dedicação aos pobres é prioridade da Igreja, pois a fé sem caridade é morta, conforme nos ensina a Palavra de Deus”, finaliza Dom Walmor. 

Para conhecer mais sobre o projeto, acesse o site oficial: http://projetoprovidencia.org