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Medite diante do Santo Sudário com São João Paulo II e São Paulo VI

Igreja 06/04/2020/ 16:32:24
Medite diante do Santo Sudário com São João Paulo II e São Paulo VI


O Sudário, uma janela para a eternidade

Mesmo sendo uma graça, a fé necessita de sinais. O Sudário é, portanto, um sinal de que o Filho de Deus se fez homem e que ele se entregou pelos homens. O precioso lençol, no qual é impresso um sofrimento indescritível, tem uma conexão tão profunda com os Evangelhos da Paixão, que pode nos levar a ser arrebatados pelo amor de Deus. Esse objeto de piedade fervorosa é um chamado para contemplar silenciosamente Jesus Transpassado (Jo 19, 37). Ele nos ajuda a fixar os olhos do nosso coração, iluminados pela inteligência, nesta face cheia de dignidade, paciência, misericórdia, onde a dor é abrandada, o horror se transforma em paz, onde a vida parece fluir.

O Santo Sudário nos apresenta Jesus no momento de seu maior desamparo – disse João Paulo II diante do Santo Sudário em Turim, em 24 de maio de 1998. Ele nos lembra que a salvação de todo o mundo se encontra no aniquilamento da morte. O Santo Sudário torna-se assim um convite a viver todas as experiências, inclusive as do sofrimento e do desamparo supremo, com a atitude de quem acredita que o amor misericordioso de Deus supera toda a pobreza, todos os limites, todas as tentações de desespero. Pois, nos lembrando da vitória de Cristo, a fé nos comunica a certeza de que o sepulcro não é o objetivo final da existência. Deus nos chama para a ressurreição e para a vida imortal. Ao falar conosco de amor e pecado, o Santo Sudário nos convida a imprimir em nossas mentes a face do amor de Deus, para excluir a realidade assustadora do pecado”.

O escritor Paul Claudel chegou ao ponto de dizer sobre o Santo Sudário: “Mais que uma imagem, é uma presença“. Em 1973, depois de contemplar o Sudário, São Paulo VI declarou: “Sentimos crescer em nós, crentes ou não, a atração misteriosa pela pessoa de Cristo e ouvimos em nossos corações o eco evangélico de sua voz, que nos convida a procurá-lo onde ele ainda está oculto e onde ele se deixa descobrir, amá-lo e servi-lo por trás dos rostos humanos”. Certamente, “o Santo Sudário não guarda para si o coração dos homens“, disse ainda João Paulo II, se referindo primeiro a Deus. Assim como Jesus é “a imagem do Deus invisível” (Cor 1, 15), o reflexo do Pai, “o brilho de sua glória e a impressão de sua substância” (Hb 1, 3), e que nos leva ao Pai, este Sudário é uma janela para a eternidade.

Marie-Christine Lafon

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