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Padaria em Nilópolis deixa cesto com pães à disposição para quem não pode pagar

Há um mês, uma padaria em Nilópolis, na Baixada Fluminense, tem uma receita mais simples do que a de qualquer bolo ou pão: a da solidariedade. Do lado de fora do estabelecimento, um cesto com pães fica disponível para aqueles que não podem pagar pelo alimento. A ideia surgiu depois que as vendas começaram a cair na Fest-Pão, padaria no centro do município. Foi, então, que o proprietário, Gustavo de Oliveira, decidiu doar a produção excedente.

— O movimento caiu, estava sobrando pão e cheguei a jogar fora. Até que pensei: “Por que não doar às pessoas?” É uma área simples e muitas pessoas não têm o que comer — afirma Gustavo.


O reciclador Wanderley Souza, de 62 anos, soube domingo da campanha, mas, tímido, só pegou os pães ontem. Ele ganha, em média, R$ 30 por dia com a venda de materiais recicláveis. Ontem, levou pães para a mulher e os filhos, de 12 e 16 anos.

— Esse gesto é de uma solidariedade muito grande. Não é todo dia que consigo esse valor (de R$ 30) nem é todo dia que dá para comprar pão — afirma Wanderley.

O cartaz ressalta: “Somente aos que precisam”

O auxiliar de serviços gerais José Fernando Ribeiro da Silva, de 49 anos, também levou pães para a mulher e os filhos. Sem dinheiro para comprar o alimento, agradeceu o gesto:
— Se não fosse isso, ia ter que dar um jeito.

O jeito para o vigia Alex Silva de Oliveira, de 45, era contar com a contribuição de moradores da região:

— Quando a gente fazia um serviço na rua, um morador oferecia um lanche, mas a gente não pode pedir, ficava na dependência.

José Fernando Ribeiro levou pães para a família José Fernando Ribeiro levou pães para a família

O cesto fica das 10h às 21h na porta da padaria. São colocados cem pães frescos às 10h e mais cem às 15h. Pães doces que estão perto de vencer a validade também são doados. E como solidariedade contagia, a campanha da padaria movimentou até os clientes. Além dos elogios no perfil nas redes sociais, alguns compram pães e depositam no cesto.
A campanha despertou em Gustavo o sonho que ele tem há sete anos de ter a ONG “Pão Solidário”:

— Estou pesquisando sobre isso agora. Quero mostrar às pessoas que ajudar o próximo faz a diferença.